Brasília
Funcionária do Senado mordida por rato foi personagem de escândalo
Congresso Nacional está sob ataque de roedores. Senado teve de realizar controle de pragas de emergência
Hugo Marques
Difícil combate O Senado fez operação contra ratos no recesso
(Sergio Lima/Folhapress)
O Congresso Nacional está sob ataque de ratos – e agora não apenas
daqueles de terno e gravata que com frequência são pilhados traçando
dinheiro público. Os roedores da vez são irracionais e, em pleno
recesso, com a maioria dos parlamentares longe de Brasília, resolveram
dar as caras. No Senado, foi preciso realizar uma operação de
emergência. Agentes do serviço de controle de zoonoses foram acionados
na semana passada para fazer uma varredura nas dependências da casa. O
sinal de alerta se acendeu depois que uma funcionária, Patrícia Nóbrega,
foi mordida no pé enquanto trabalhava. Ironicamente, a vítima da
rataria conhece bem as práticas subterrâneas do Senado. Em 2008, ela
esteve envolvida em um escândalo de nepotismo. Patrícia e outros cinco
parentes ocupavam cargos de confiança no Senado por indicação da mãe
dela, Edilamar Nóbrega, então chefe de gabinete da liderança do PMDB e
figura da mais extrema confiança do notório senador Renan Calheiros. Na
ocasião, descobriu-se que até o caseiro da família recebia salário como
contínuo do Sanado, embora desse expediente longe de lá. Todos foram
demitidos, inclusive Patrícia, que voltou depois, por concurso. Pelo
visto, ratos de verdade não gostam de certas comparações.